segunda-feira, 25 de abril de 2011

Era a alegria da chegada
E a dor da partida
Que faziam da cabeça de uma criança
Um berço de confusões e injustiças.

Fazer piada era fácil.
Sorrir era fácil.
Chorar a noite era fácil,
não entender nada era mais fácil ainda.

Mas o desejo de entender,
Aquilo de querer fazer a coisa certa..
Ora! Entender o quê?
Você já nasceu errada, menina!

Hoje, eu olho o passado e vejo isso.
Amanhã, eu olho de novo e vejo aquilo.
E hoje e amanhã e isso e aquilo.

Fazer parar a dor, é difícil.
Não questionar, é difícil.
Respirar todos os dias, é difícil
Relembrar é mais difícil ainda.

Eu deixo o silêncio,
Deixo a vida,
Deixo a espera.
Deixo a partida.

Não!

Eu não gosto de perguntas.
Eu não tenho pressa.
Mas corro pra te perguntar
Quando isso vai acabar.

Você não me ouve.
Você não me espera.
Eu paro e sento
E desço do palco.

Eu me calo.
E meu olhar leva embora o sorriso,
O sorriso iludido
Que faz restar um olhar fraco.

O tempo passa e eu não uso relógio.
A terra se move enquanto eu ainda estou parada.
As pessoas crescem,
mas eu ainda jogo pedrinhas para o alto.

A música pára
e eu não tenho mais vontade de dançar.