terça-feira, 6 de março de 2012

Nós

Ainda o que sei não me importa
Nem me cativa
Busco ainda o impossível
Busco ainda me ver em ti
Porque o que eu digo em palavra
Não diz mais que meu silêncio
Nem meu sorriso
Nem eu mesma
Ainda que uma fotografia fale por nós
Uma poesia
Ainda que um música fale por nós
Um toque
Quem sabe o silêncio
A fé, o destino, a vida
Quem sabe o sol
a lua, as estrelas e a noite
Quem sabe nós?
Há alguns dias senti como se minha vida tivesse acabado. Mas, infelizmente não acabou. Desde então, eu não vivi mais, mas aguentei. E fui aguentando. Até que meu sono começou a ficar perturbado. Minha mente também...
A insônia e o excesso de pensamentos foram, digamos que normais, até então. Porém eu havia perdido a vida e estava abalada. Eu continuei vivendo como se a vida não existisse.  Eu percebi que as coisas mudariam sim, mesmo eu achando que não mudariam mais.

A vida insiste em me surpreender e eu teimo em achar que ela não me surpreenderá mais, um dia. Não estou acostumada a viver. Nunca estive. Vivo procurando sinônimos para isso. Para quem sabe entender... Mas eu também não entendo e teimo em entender. Não encontro motivos nem razões mas teimo em procurar. E insisto ainda em ir e procurar um caminho que eu sei que não me levará a lugar nenhum.

Por que? Eu não sei.  Por favor, não me venha com perguntas. É só o que eu peço. Eu peço que não queiram respostas. Porque hoje, nesse quarto vazio, nessa casa sem pessoas, nessa cidade desconhecida. Nessa janela sem cortina. Nesse cheiro e nesse estado... Nesse silêncio e nessa solidão. Eu não sinto, nem sequer, mais medo do escuro.