segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Mais nada, mesmo nada.

Todos os dias penso em parar de morrer
Penso em desistir de novo,
Ou tentar uma carreira de sucesso,
Todos os dias me arrependo d'onde estou

Sinto, todos os dias, a morte mais próxima ao anoitecer
Depois das luzes cinzentas dos meus dias,
guardo as lembranças empurradas
de tudo aquilo que obrigaram-me a viver

Não sei o que é sucesso,
Nem o que é dinheiro, ou política,
Não sei o que é ser feliz, nem quero
Não sei o que é amor e nem acredito (mais)

Não sei mais nada, mas vivo.
Mesmo morrendo todos os dias,
Mesmo perdendo (mais) o controle,
Mesmo...

Todos os dias perco um pedaço
disso que chamam coração
Ele se perde por entre a destruição
Poluição, corrupção, enganação,
...Mundo!

Todos os dias penso em começar a viver,
mas acabo esperando a morte me acabar.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Palavra mal calada

Palavra desgasta(da) minha pele
Voou e nem sequer deixou
O débil toque, acostumado
D'amor, da dor do peito.

Mandou um beijo e s'entregou
Ao tédio, ao ébrio, o cego.
Desusada, descuidada, palavra    
Que o silêncio enforcou e (a)pagou.

E riscou no frio da vida
No fim da ponte amarga
Gosto vazio da palavra seca
Engasgada no (seu) último passo

Passos que ainda soam apressados
Despregados do apreço inútil
Inválida saudade, interrompida,
S'esvaiu no ousar da ponte.

Palavra desgraça(da) minha dor
Perdida, imunda no mundo.
Infinito pesar do amar
Acabou-se num sono profundo.