sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Luz

Luzes tornam-se mais interessantes
Quando não brilham o bastante
E uma simples faísca
Fraca, com vontade de apagar
Nos intriga
E prende nossa atenção
E ficamos a observar
Só para saber até quando vai durar

E as vezes, de tão fraca
Temos que forçar os olhos
Para então não perdê-la de vista
E as vezes, de tão forte
Nos forçam a fechar os olhos
Só por proteção
Mas abrimos novamente
Só para vê-la apagar
E sabemos que vai

Luz, tão pequena e calma
No meio da escuridão e do medo
Não haveria lugar mais propício
Contradição tão intrigante que evita pensamentos
Luz, tão fraca e forte
Pequena e duradoura
Seria mais fácil se me disseres
Até quando vais aguentar

Mas insiste que eu fique aqui
Somente a te olhar
Gostas que eu olhe para ti?
Pois vá embora, que tenho mais o que fazer
Mas só me vou, depois de ti
Oh, luz ingrata e egoísta

Deixe-me fechar os olhos
E abri-los novamente
E não sentir diferença nenhuma
Deixe que minha vida
E minha morte
Tornem-se uma

Vá luz, vá
E procure alguém que queira
Olhar-te eternamente e não
Alguém que sente-se fascinada por ti
Que conta as horas para sua partida
Vá luz, vá
Antes que eu me arrependa
De ter olhado pra ti
Naquela primeira vez

sábado, 22 de janeiro de 2011

Talvez

Talvez eu pense nas minhas atitudes
Nos meus defeitos e imperfeições
E até nas pessoas que não deveria pensar
Mas nada mais do que isso

Talvez eu tente melhorar
E até ser quem eu não sou
Só pra no fim, você gostar
Mas nada que faça diferença mais tarde

Talvez eu viva lembrando
Ou eu só viva, pelas lembranças
E logo,eu esqueça de viver
Deixando de lado as novas lembranças

E essa obrigação de estar viva
Essa distância que separa
dois mundos tão desiguais
Não faz diferença alguma.
Só me faz pensar.

E talvez eu pense.
Pense, pense mesmo.
E talvez, eu nem me canse.
Mas nada mais do que isso.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Calma, coração.

As vezes, o ar ia embora,
E na companhia da solidão
A menina agora não chora,
E o mendigo já não quer mais o pão.

As vezes, a música parava
Só o tempo seguia um caminho
E a saudade agora apertava
Um pássaro em busca do ninho

Em meio a luz do sol escondida
O vento não desistia de acalmar
As esferas da alma iludida

Mas que busca infeliz, não?
Esta, a procura da calma
Como poder sentir calma
Se no peito tem-se um coração?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vazio

Era meu pedido de,
um simples, não vá embora
Um desejo, de
só mais um abraço...
A vontade de só mais um olhar
Antes do vazio.

Era minha luta
Contra a realidade,
meu sonho e meu riso
Era minha companhia
Meu abrigo e minha paz
Antes do vazio.

É meu defeito
Meu pecado
Minha ausência
Meu querer ser
De um não ser.

É a minha não sabedoria
Minha teimosia
É a parte de mim
Que não se mostra
Não se gosta

É a parte de mim
Que não se entende,
nem se ensina
nem se aprende
É o vazio.