quinta-feira, 26 de abril de 2012

O que aconteceu foi que eu cheguei até aqui. O problema é que eu não cheguei sozinha, e aliás não sei viver sozinha. Eu preciso de você. E eu não faço nada por ti. Devo-lhe a minha vida e nem ao menos estou ao seu lado. Dói em ti. Dói em mim. É isso que eu sei, que eu sinto e que eu sou. Dor. Se fosse só eu, se fosse viver por mim, se fosse a só a minha felicidade e só a minha vida. Seria menos difícil. Ah, eu penso por mim, eu penso por ti, e acabo vivendo pra ninguém. Acabo sentindo tanto, tantas coisas. São tantos sentimentos aqui dentro, nesse lugar já tão cansado e triste. Magoado. Mas pra mim? Eu? Ah, eu não. Não, não quero nada. Pode ficar tudo pra você. Não quero nada. Nem ninguém e nem a mim mesma. Nem quero vida. Nem rotina. Nem gosto e nem desgosto. Nem desgraça. Mas pra você? Por você! Ah, por você quero tantas coisas! Ah, pra você e por você quero ser alguém. Quero a mim mesmo. Quero a minha vida que é tua. Quero fazer dela, o que eu jamais pensei que conseguisse fazer. E nem acho que sou digna de conseguir, mas eu quero. E quero tudo. Quero muito. Quero independente de qualquer outra coisa. Desejo. E o maior de todos ele, agora, é somente encontrar-te.

domingo, 22 de abril de 2012

Havia um tempo

Havia um tempo
Um tempo em que pessoas eram importantes e incríveis
Pessoas eram humanas e sensatas
Havia um tempo em que não mais havia

Havia um tempo
Um tempo em que o trabalho era digno
Os estudos eram essenciais
E os pensamentos não mais do que só orientados

Os dias passavam
As noites duravam
Os sorrisos constavam
E as lágrimas aquietavam

Havia um tempo
Um tempo de vida.
De paz e tranquilidade
De destino, Deus e caminho.

Havia um tempo
Um tempo sem pensamentos
E um tempo sem conciência
Era um tempo sem vivência

Um tempo puro
e inocente.
Um tempo de construção
e experiência.

Havia um tempo que não mais havia
Era um tempo passado
Um tempo que passou
e levou aquilo que não deixou-se durar.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Eu pedi a chuva
E assim acabei com o Sol
E aí choveu molhando crianças
Molhando animais, molhando vida.

Eu pedi a chuva
Como um alívio que atingisse o peito
Que matasse angústia
Que curasse defeito.

Eu pedi a chuva
Querendo água e flores alegres
Água que matasse a sede
Flores que por mim dissesem

Mas a chuva só tirou luz do Sol
E trouxe nuvens tristes
A chuva molhou meu dia
A chuva molhou meu canto.

domingo, 8 de abril de 2012

Aí então, antes de dormir, pensei em você
Mas pensei mesmo, ao fechar os olhos,
Vi seu rosto me tirar o sono
Vinha-me a lembrança do nosso beijo

Agora aqui estou, sozinho na noite,
Esperando até que eu te esqueça
Até que a realidade enfim apareça
E traga de novo a tristeza que me tiraste
Quando naquela noite me abraçaste
Quando seu corpo do meu se aproximou
E num instante nada mais era o que  era
E a ligeira transformação aqueceu meu coração

Aí, então, aqui e agora
Falo-te que nesta noite pensei em você
Naquele seu toque suave e quente
No seu rosto e no seu olhar... Seu sorriso...

Eu, antes de dormir, pensei em você
E falo-te isto sem olhar nos seus olhos
Falo-te isto sem esperar que acredite
E o que me importa mesmo é que pensei em você

Mesmo não podendo, nem acreditando
Pensei em ti só porque quis pensar em ti
E nada mais
Pensei em ti só porque quis sorrir