quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Existência

Penso que existo
E a cabeça dói, a alma pesa

Mandaram-me viver
E eu não soube recusar

Agora já sou eu
Posso ser um outro?
Tenho a mim
Mas a mim não desejo

Vivo assim, sendo.
Não sei não ser
Ainda que eu queira
Querer saber não ser

A vida que deram-me
Não soube aceitar
Vivo assim, sem a vida
Que todos me esperaram acreditar

domingo, 5 de janeiro de 2014

O papel ainda em branco
Vazio como minha alma
Tenta, em vão,
dizer o que eu não digo

O silêncio do violão encostado
Triste como a vida
Tenta, em vão,
Sentir o que eu não sinto

E o tempo vai passando
Enquanto eu vou (não) vivendo
Só sigo me perdendo
Nos meus próprios passos.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Talvez nada seja mesmo real
Mas que sei eu mesmo,
Senão o que penso que seja
O mundo que acho que é?

Se meu mundo for seus olhos
E que eu viva só para vê-los brilhar
Será que meu mundo faria diferença
para o mundo?

Se meu mundo for as ondas do mar
E que eu viva só para senti-las me levar
Será que meu mundo faria diferença
para o mundo?

Se meu mundo for só canções,
cores e sensações.
...E então, eu? O que sou?

Se nem sei quem sou
onde estou, nem por que
nem por nada.
Será que eu faria diferença para o mundo?