terça-feira, 31 de maio de 2011

Nos meus dias demorados

Nos meus dias demorados
Eu mais penso do que falo
Eu mais lembro do que faço
E esqueço do dever

Não cumpro obrigações
Não sorrio pra qualquer um
Nem ao menos olho pra qualquer um
E esqueço da educação

Nos meus dias demorados
Espero o tempo passar
Rezo pra você ficar
E esqueço que tudo vai mudar

E quando meu dia passa
Eu lamento meu tempo perdido
Mas não me preocupo com o amanhã
Porque ele vai ter muito tempo pra passar

domingo, 15 de maio de 2011

Disseram que minha linha era um verso,
Que meu barulho era música,
Que meu riso era felicidade
Que minha tristeza, era saudade.

Disseram que tudo ia passar
E passou!
E depois, ainda assim disseram...
E não pararam mais de dizer

Enquanto eu atravesso a rua,
Dizem que vou pra escola
Dizem que volto da escola
E eu...
Que nem sei onde estou...

Ando quieta e calada
Sou cega e surda pro mundo
Por que ele não é assim comigo também?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Céu

O céu era a resposta
Era o abrigo e o consolo
De uma vida sem caminhos
Lá estava ele de novo
Agora tão diferente dos meus olhos já crescidos
O céu que viu meus olhos crescerem
O céu que não se cansa dos meus olhares
que a todo tempo fazem pergunta...

Agora que meu tempo já passou
Meu destino já se traçou
Meu lar me deixou
E minha vida mudou (?)

Poderia eu ainda olhar-te com meus olhos de antes?
Ou será que poderiam ainda estar aqui?
Sou eu aquela menina que desenhava nas nuvens
de um céu azul puro de nuvens de algodão?

Agora que larguei meus tesouros
Atirei-me numa estrada longa e cansativa
-e por que não, complexa?
Sou eu quem procura por pedaços de algodão
num céu ferido e dominado por poluição?

Agora que a vida me jogou
para um céu sem brilho e sem pureza
Um céu assustador que esconde sua paz
antes tão estampada em suas cores tímidas

Sou eu quem te olha e te implora
Te imagina e te devora
Sou eu quem te procura puro
Quando a pureza não mais...
É digna de se olhar.