terça-feira, 22 de julho de 2014

Verso da folha

Atrás, outro poema confuso
Palavras que desconfio que sejam minhas
A letra parece ser a mesma
E percebo que meus sentimentos são como esses anos
que esqueço ter vivido
Mas minhas olheiras me provam que faltam-me noites bem dormidas
Sobram-me insônias como se eu tivesse mesmo uma vida para cuidar

Talvez eu tenha me esforçado
Tendo noites em claro, em silêncio, em vão...
Tentando esquecer, tentando saber, ou só tentando sonhar...

É sem saber quanto tempo passou
Se alguma coisa mesmo (não) mudou
Que me encontro de novo me perdendo em palavras vazias
Agora, mais vazias do que já ousaram ser
Agora, com a sensação de ter perdido algo
(sem saber talvez o que possa ser)
Aceitando que o vazio preencha qualquer sinal de movimento

Agora, admitindo ser inconstante
e mais errada do que eu achava que seria
mais covarde do que eu sequer pensaria que fosse
Sem a certeza de partir outra vez
Ou ficar aqui de uma vez.

Sem forças, agora, para esquecer a vontade de fugir
Ou conter o desejo de gritar
(Será que eu deveria gritar?)
Ah, eu não quero, eu nem sei
Eu nem sei mais pensar
Talvez eu só deveria
Esperar a canção acabar...

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