domingo, 23 de fevereiro de 2014

Metrópole

A altura dos prédios rouba minha visão
Os carros todos me prendem
E eu não me mexo, nem me enxergo
Quem sou eu aqui?

Que lugar é esse, cheio de fumaça
De pessoas e movimentos
De passos que eu não consigo acompanhar
De céu sem cores e árvores perdidas, esquecidas

Que lugar é esse, de tanto excesso
Cheio de olhares atentos e cansados
Olhares que não correspondem sorrisos
E onde está o sorriso?

Que pessoas são essas que eu nunca vi
Que vivem para o trabalho
Que correm para não perder o ônibus
Correm para não perder tempo
Correm para não perder dinheiro
Correm para (não) perder a vida

Será que alguém consegue me ver aqui?
Não, não há tempo para isso.
Ah, eu preciso ir embora
Antes que eu precise correr para viver

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Mais uma vez

De novo te encontro e te quero
De novo te espero
Meu coração, de novo, pensa em viver
Um novo engano, de novo

De novo perco minhas noites de sono
Passo os dias sonhando,
o  esquecer do mundo
De novo esqueço de mim

De novo, um novo beijo seu

Um novo amor, de novo
Um sonho novo
Um beijo novo, de novo

Eu, de novo,
Nova perdição, nova paixão
Um novo medo, uma nova ilusão
De novo, um novo novo.