quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Navegar-se

Abriu a gaveta e mergulhou
no seu mar de lembranças pesadas.
Tempos passados
presentes, agora,
naquele espelho
desconfortável.

As ondas brindavam
cada sorriso em lágrimas,
cada pedaço dela
Esquecidos nas gotas
invisíveis
do mar
do chorar.

Era um nado
engasgado
Águas tão estrangeiras
Vazias dela mesma.
Águas frias
de carinhos perdidos.

Os olhos escorregavam
e ela ouvia o barulho do mar.
O peso da vida agravou
A gaveta fechou.
E ela ficou a ouvir

o barulho
do (a)mar.

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