domingo, 11 de dezembro de 2011

Destino...?

Na verdade, eu estava lá. Estava lá e estava sozinha. E eu nada poderia fazer lá. A não ser esperar. Eu nada poderia fazer enquanto meu destino não chegasse. Eu era, então, ninguém. Eu era, então, inexistente e incapaz. Eu observava cada placa. Cada árvore. E cada curva. De novo... E já nem lembrava mais de quantas vezes eu havia passado por ali. Nem lembrava de como eu era ao passar por ali. E nem sabia o que eu era agora. Não sabia mais o que esperar do meu caminho. Eu não era mais a dona dos meus sentimentos. Eles simplesmente surgiam e não pediam permissão pra entrar. Meu cérebro até tentava resistir. Mas ele só funciona na hora errada. E eu nada poderia fazer, por ainda estar em lugar nenhum. Eu estava era sem direção... Eu olhava pra trás e me vinham pessoas, momentos, lugares e sorrisos... Todos inacabados. Eu olhava pra frente e me vinham outras pessoas, outros momentos, outros lugares e também outros sorrisos. E eu ainda me perguntava onde é que eu estava, o que eu estava fazendo e quem estava comigo. Lugar nenhum, nada e ninguém. Eu, então, olhava pro céu porque a velocidade das rodas me lembrava a velocidade (por que não) da minha vida. E eu sentia medo. O céu não... O céu por mais que tudo mudasse, os rumos, as direções, as pessoas e (por que não) eu mesma. O céu estaria ali. Tão perto, tão quieto e tão calmo. Era o céu de novo, uma das minhas poucas esperanças. E hoje, naquele momento, naquele vazio existencial... O céu só me mostrava eu mesma. Ele me mostrava que eu ainda o admirava, ainda o amava de uma forma tão mais... natural, talvez. Ele dizia que eu ainda era a mesma. Por mais que todas as mudanças me mostravam o contrário. E aquela sensação que ele me passava... Era como se eu pudesse matar a saudade que eu tinha de mim mesma... Lembrar que o meu destino naquele momento era só o de esperar, me fazia sentir como eu quase nunca me sentia... Me fazia sentir sem nenhuma obrigação de existir, porque eu realmente não estava em lugar nenhum. E eu nada poderia fazer. Eu só esperaria, até o último momento e juntaria todas as minhas forças pra que na hora que eu chegasse, eu pudesse ser alguém e existir novamente. Sem medo da vida... Sem medo das direções e sem me importar se elas eram certas ou erradas. Porque, afinal, o destino sempre chega.

Um comentário:

  1. Sim. ele realmente chega, tarde ou cedo... esse destino chega...

    beijo.

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